quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Inspiração e transpiração


Como se inspirar para escrever? Basta ter tempo, pois com tempo, você olha, ouve, nota detalhes e quando menos esperar dois neurônios vão se juntar e “o estalo” vai acontecer. Estalo é o texto que aparece de repente na cabeça e é escrito como se você soubesse desde o início o que queria dizer, é o texto que depois poderá sofrer modificações para ficar mais engraçado, romântico, sensual e por ai vai.
Neste momento de estalo é interessante ter uma folha de papel e uma caneta, ou um celular para que se possa anotar ou ainda uma boa memória. Por experiência própria inspirações que aparecem na ausência de materiais físicos para anotar tendem a se transformar no momento da escrita. O momento de externalizar o texto eu chamo de transpiração.
Escrever um texto, poema, poesia, ou o nome que quiserem chamar, é transpiração pura, pois você, quase sem perceber, traça linhas de sentimentos e emoções que estão em você, esperando para sair de alguma maneira. Para externalizar emoções, algumas pessoas choram, outras comem, outras compõem canções, outras escrevem. Eu como e depois escrevo.
Mas uma maneira inevitável para pensar em “o que escrever?” é em aulas chatas, atividades monótonas, ou qualquer ação que envolva um mínimo de raciocínio lógico, abrindo assim espaço para a mente viajar.
Numa noite dessas, de uma aula muito monótona para o meu âmago agitado, uma folha em branco e uma caneta repousavam na minha frente, eu quase podia ver as palavras azuis no papel, mas não enxergava com clareza. Quando eu levava a caneta para contornar, as palavras desapareciam, então parei. Pensei. Me concentrei, mas só ouvia aquela voz dando instruções. Tirei o olhar do papel que continuava em branco. Vi novamente o texto, tracei algumas poucas linhas. Trabalho para ser feito. Texto adiado. Tarde do sol. Computador com uma folha do word em branco e de repente sem me dar conta os dedos começaram a digitar linhas e em um instante mal contado o texto estava pronto.